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TIPOS DE INTERAÇÃO

IVAN FERRER MAIA

As interações nos ambientes virtuais ou em rede se desenvolveram para além de questões técnicas. Elas abarcam um emaranhado de configurações que envolvem os recursos ferramentais e as concepções do modo de usá-los.

Abaixo apresentaremos alguns designs de configuração de interações, com intuito de explanar e refletir sobre algumas características e limites que nos auxiliam para a estruturação das relações desenvolvidas em ambientes virtuais.

INTERAÇÃO QUANTO À TEMPORALIDADE

A limitação do tempo sempre foi um empecilho para que as pessoas pudessem exercer alguma atividade voltada à aquisição de conhecimentos. Motivos como o excesso de fadiga após o horário de serviço ou os horários dos cursos que coincidem com o de trabalho têm levado muitas pessoas a se capacitarem. A inadaptabilidade do horário aos cursos tradicionais é superada pelos ambientes virtuais, que possuem uma maleabilidade, no sentido de que os participantes dos cursos a distância consigam interagir e acessar os conteúdos de acordo com suas disponibilidades. Essas maleabilidades relativas ao tempo são viáveis pelos tipos de interações que a plataforma de EAD permite. Elas são convencionalmente chamadas de interações síncronas e assíncronas. Muitos cursos oferecem esses dois tipos de interação, contudo as assíncronas predominam nos formatos de cursos on-line.

Interação Síncrona
Essa interação acontece em tempo real. Os usuários estão ao mesmo tempo conectados no ambiente, interagindo simultaneamente pelo sistema on-line. Exige que os participantes tenham disponibilidade de horário para estarem juntos virtualmente e interagirem ao vivo. A interação síncrona dinamiza a troca de informações e permite a tomada de decisão em tempo real. A ferramenta bate-papo é um exemplo de recurso para comunicação síncrona.

Interação Assíncrona
Os usuários não interagem no mesmo instante e por isso não necessitam estar conectados ao mesmo tempo, o que permite maior flexibilidade de horário. O usuário pode interagir de acordo com a sua disponibilidade de tempo, sem ficar condicionado aos outros usuários, e pode acessar informações no período da noite, que foram postadas pelo formador ou pelo colega durante o dia. Como exemplo, citamos os recursos e-mail e fóruns de discussão.

INTERAÇÃO QUANTO À DISTÂNCIA

Nem todos podem deslocar-se de seu bairro para participar de algum curso específico que não há na sua região. Os ambientes virtuais transpassam os obstáculos geográficos e físicos, aproximando o usuário de informações e de contatos interpessoais. Não oportuniza uma simples interação. A diversidade de groupware enriquece a interação, auxiliando os cursos a distância e presenciais. Quando dizemos a distância, estamos tomando como referencial a sede ou o local onde o curso está sendo promovido. A nomenclatura é conhecida como interação presencial ou a distância.

Interação Presencial
Os usuários utilizam o mesmo local para se comunicarem, podendo os encontros ser síncronos ou assíncronos, ou seja, os usuários podem estar reunidos no mesmo espaço e instante (face-a-face) ou se encontram no mesmo espaço, porém em tempos distintos.

Interação a Distância
As interações são realizadas em locais diferentes, independente se é em tempo síncrono ou assíncrono.

INTERAÇÃO QUANTO À QUANTIDADE DE INTERLOCUTORES

Refere-se ao número de usuários que interagem entre si, a partir dos recursos oferecidos pelas plataformas de cursos EAD.

Interação "Um para Um"
Nesse caso a interação ocorre apenas entre dois usuários, independentemente do tempo e da distância. Pode ocorrer uma comunicação simétrica ou assimétrica, unilateral. É muito comum ver esse tipo de interação pela ferramenta e-mail.

Interação "Um para Todos"
É quando um usuário comunica-se com vários outros, podendo ou não haver feedback. Ocorre a centralização dos usuários em um único ponto, ou seja, o fluxo de interação converge para um único usuário. É chamada de interação centralizada. Esse tipo de interação é mais usado em sistema broadcast. Por exemplo, na ferramenta mural, um usuário coloca a mensagem para todos, ou mesmo no recurso fóruns de discussão, quando o debate é centralizado somente para quem postou a questão.

Interação "Todos para Todos"
Esse tipo de interação envolve um número maior de interlocutores. Sua organização delibera maior democracia e respeito pelas particularidades locais, pois é descentralizada e distribuída.

INTERAÇÃO QUANTO À QUALIDADE DAS RELAÇÕES

As relações podem se configurar quanto ao acompanhamento no processo de aprendizagem do usuário, ou seja, quem está ao lado mediando as interações.

Broadcast
Abrange um número maior de estudantes e um número menor de formadores. É um tipo de sistema horizontal ou de abrangência em massa. Considera-se que o software deve ser capaz de subsidiar as necessidades de aprendizagem do sujeito. Há uma supervalorização na ferramenta tecnológica e uma confiança de que o conteúdo seja didático o suficiente para gerar conhecimentos. Em alguns casos, ocorrem trocas de e-mails entre os participantes com o formador (interação um para todos) e uso de fórum, com questões postadas pelo formador. A ênfase está na interatividade homem-computador. A avaliação é feita a partir do resultado final.

Estar Junto Virtual
É uma concepção vertical de aprendizagem e alcança um número menor de estudantes - a proporção entre formadores e estudantes é mais equiparável. No entanto, os próprios aprendizes se transformam em formadores no decorrer do curso. A abordagem do estar junto virtual (Valente, 2002) permite elaborar o conteúdo participativamente, pois o formador está ao lado do aprendiz e percebe por meio de diálogos e práticas os anseios dele. A ferramenta é considerada apenas um recurso e a ênfase está na aprendizagem cooperativa, na execução de projetos e debates coletivos.

É isso.

IVAN FERRER MAIA
Mestre em Multimeios / UNICAMP, Designer, Diretor Pedagógico da COOPERCAMP, Professor titular da UEMG, docente das disciplinas de Metodologia Científica, Arte e Sociedade, História da Arte e Turismo Cultural. Especialista em Criatividade, Cultura Visual e Tecnologia Digital

Coluna Design de 01/08/2003

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